A importância do Mindset para o sucesso
Você já sentiu vontade de iniciar algum projeto ou negócio e sentiu que não ia dar certo porque há tantas pessoas melhores do que você? Que ninguém se interessará no que tem para oferecer, pois tudo o que tinha para ser feito, já está sendo feito? Que você não é ninguém para fazer algo que alguém mais capacitado, inteligente ou bonito(a) do que você já está fazendo?
Carol S. Dweck em seu livro Mindset (2006) elenca dois tipo de mindsets (mentalidade, maneira de enxergar a vida), o mindset fixo e o de crescimento. As pessoas de mindset fixo acreditam que as habilidades são fruto de uma característica inata das pessoas, ou seja, já nascemos com um um talento para matemática, música ou esportes que não pode ser mudado. Através de vários estudos científicos, ela demonstra que as habilidades são adquiridas com dedicação e não com o nascimento. Inclusive características que geralmente são atribuídas à genética como inteligência, dom musical, desempenho nos esportes também podem ser desenvolvidas. Até podemos nascer com algumas vantagens ou desvantagens, mas isso passa a não ter tanta relevância diante do papel do esforço e de uma boa estratégia de desenvolvimento.
As pessoas de mindset fixo tendem a não se esforçar, pois acreditam que o esforço é característica de pessoas com menos capacidade. Além disso, elas têm medo de se esforçar e mesmo assim não conseguir atingir seus objetivos, ficando óbvio que não são tão boas quanto pensavam. Também há aquelas que acreditam que nasceram desprovidas de qualidades e portanto nunca terão sucesso, então o esforço não ajudaria em muita coisa.
Já as pessoas de mindset de crescimento encaram os desafios como oportunidades de se tornarem melhores. Quando fracassam, aprendem com os erros e tentam de novo, até conseguirem. Elas sabem que não são superiores às outras, sabem que precisam se esforçar e descobrir as melhores estratégias para alcançar seus objetivos. São essas as pessoas que geralmente conseguem grandes realizações.
Ela cita o caso de uma professora chamada Marva Collins que passou a acreditar e incentivar alunos que haviam repetido de ano. Muitos deles haviam sido rotulados com “problemas de aprendizado”. Tais alunos começaram a se desenvolver de maneira surpreendente a ponto de ter crianças de 4 anos escrevendo frases inteiras e aprendendo Shakespeare. Um garoto de 6 anos que havia entrado para a escola com o rótulo de “retardado” e após 4 anos, já havia lido 23 livros nas férias, muitos deles de adultos incluindo Um conto de duas cidades e Jane Eyre.
Benjamin Bloom, eminente pesquisador em educação diz o seguinte: “Depois de quarenta anos de pesquisas intensas sobre o aproveitamento escolar nos Estados Unidos e no exterior, minha principal conclusão é a seguinte: o que qualquer pessoa no mundo é capaz de aprender, quase todos também serão capazes, desde que disponham das condições anteriores e atuais adequadas para o aprendizado”.
O “quase” é para excluir cerca de 2% a 3% das pessoas que possuem graves transtornos mentais e os 1% a 2% que nasceram superdotados ao extremo como o caso de um bebê que aprendeu a ler com 9 meses de idade.
Para se ter noção do quanto muitos de nós estamos equivocados quanto à importância das características inatas, até mesmo a inteligência não é algo com a qual simplesmente nascemos, mas também é algo que adquirimos e desenvolvemos. Alfred Binet, o inventor do teste de Quociente de Inteligência disse o seguinte: “Alguns filósofos modernos […] afirmam que a inteligência de um indivíduo é uma quantidade fixa, uma quantidade que não pode ser aumentada. Devemos reagir e protestar contra esse pessimismo brutal. […] Com a prática, o treinamento e, acima de tudo, o método, somos capazes de aperfeiçoar nossa atenção, nossa memória e nossa capacidade de julgamento, tornando-nos literalmente mais inteligentes do que éramos antes;”
Portanto, nunca diga “eu não tenho capacidade”, “eu não tenho dom” ou “eu não sirvo para isso”. Qualquer pessoa com muito esforço e a estratégia correta pode conseguir chegar aonde qualquer outro ser humano normal tenha conseguido.
A Bíblia também apoia o mindset de crescimento. Na parábola dos talentos, um homem deixa seus bens com três servos e viaja para uma terra distante. Depois ele elogia os servos que investiram e multiplicaram seus bens e repreende o que simplesmente os guardou. A Biblia diz que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb. 12:14). E o que é a santificação senão o crescimento da pessoa em Cristo? A evidência da salvação não é ela ter atingido um patamar x ou y de santidade, mas o fato dela estar crescendo em Cristo.
Por último, a escolha dos apóstolos não se baseou em sua santidade inicial, mas Jesus apostou na capacidade de crescimento deles em santidade. A velha frase que diz mais ou menos assim: “Deus não vê quem você é agora, mas em quem você se tornará” é real.
Nos negócios, devemos saber que podemos alcançar qualquer objetivo se tivermos o foco correto. E o foco não são nossas capacidades que recebemos com o nascimento, mas o nosso desenvolvimento adquirido pelo aprendizado, pelo esforço e, sim, pelos fracassos! Na vida espiritual, nosso foco é Cristo e no nosso desenvolvimento para se tornar igual a Ele. Fomos feitos para aprender e para crescer e quem pensar diferente, ficará sempre para trás.
Vídeo sobre esse post:
Erich Wilson é Analista de sistemas na empresa do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Formado na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
É ancião e tesoureiro da Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Campo Grande MS. É um dos fundadores do Projeto JUNTOS.