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A importância da Inteligência Emocional

A importância da Inteligência Emocional

Em tempos de informações em velocidade instantânea, da busca desenfreada pelo conhecimento, definições de metas, marketing pessoal e corrida pela comunicação mais eficaz, percebe-se, cada vez mais, a importância da inteligência emocional como um dos elementos que possibilitam o verdadeiro sucesso, e não apenas na vida profissional, mas também na vida pessoal. Podemos relacionar a inteligência emocional com a escolha da carreira, a escolha dos relacionamentos interpessoais, nas situações de rotina do trabalho, nas soluções dos problemas conflituosos, na resiliência necessária, que o mundo exige.

A cobrança que os profissionais recebem, independente do cargo, função e salário, acaba por levar, a muitos, a afastar-se de seus afazeres, apresentando problemas de estresse, ansiedade, depressão e falta de qualidade de vida. Hoje, a Psicologia, a medicina e a ciência no geral, apresentam alguns fatores que auxiliam e determinam o sucesso de pessoas e até organizações. E um desses fatores é a Inteligência Emocional, pois determina a capacidade de cada pessoa em aprender a ter autodomínio, autoconhecimento, empatia, controle das próprias emoções e habilidades nos relacionamentos.

Mas qual é o conceito de Inteligência Emocional? O psicólogo Daniel Goleman foi quem tornou popular esta ideia. De acordo com Coleman, a “inteligência emocional é a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos” (GOLEMAN, 1997).

Explorando um pouco mais sobre a capacidade que cada pessoa desenvolve, em relação a Inteligência Emocional, podemos descrever o autodomínio como a habilidade no enfrentamento de seus próprios sentimentos, tornando-se adequado a cada situação. Nesta área, inclui-se o autocontrole, vencer as frustrações, ter a capacidade de adiar a satisfação, com o objetivo de chegar a uma meta, assim como recuperar as aflições emocionais. Uma pessoa carente nesse quesito, apresenta dificuldade em se recuperar de angústias e mergulham, constantemente, em sentimentos de incerteza e ansiedade. Aquelas que possuem maior controle emocional, recuperam-se mais rapidamente das dificuldades da vida.

A habilidade do autoconhecimento é o segredo da inteligência emocional, pois torna a pessoa apta a perceber e reconhecer um sentimento, enquanto ele ocorre, e saber utilizar as preferências que guiam a tomada de decisão. Saber fazer uma avaliação realista das habilidades, fragilidades e pontos fortes. Possuir autoconfiança e reconhecer a intuição. Ter esta habilidade em falta, causa dificuldade em reconhecer sentimentos próprios, ficando a deriva de suas emoções e impulsos. Quando esta habilidade está em alta, há um melhor domínio da própria vida.
A capacidade de olhar os outros, suas necessidades e desejos, bem como identificar e sentir sentimentos e emoções em outras pessoas é a definição de empatia, outra habilidade considerada importante na Inteligência Emocional. É a capacidade de colocar-se no lugar do outro, de sentir-se como se fosse o outro, causando uma sintonia através da linguagem verbal e não-verbal, de gestos e atitudes. Possibilita relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.

O controle das próprias emoções pode ser definido como a direção das próprias emoções em busca de alvo, a partir das preferências pessoais mais profundas. Esta é uma habilidade essencial para se alcançar uma meta determinada, através de tomada de iniciativas, controlar a situação e lançar mão da criatividade no momento de buscar soluções. Uma pessoa com essa habilidade torna-se mais produtivas e eficazes.

A habilidade nos relacionamentos é, na maioria das vezes, a capacidade de administrar os sentimentos, doando-se e sabendo receber afeto, saber ouvir e se fazer ser ouvido. É a capacidade de interagir de forma harmoniosa e produtiva. O saber dar e receber feedback de uma maneira eficaz é o segredo para ter esta habilidade em alta.

Existia, até a década de 1990, um entendimento de que Quociente intelectual (QI) ditava o sucesso profissional e pessoal, de uma pessoa, por isso as empresas se baseavam em testes que mediam o QI de seus funcionários e líderes. Então a ciência evoluiu, bem como a Psicologia, a Psiquiatria e hoje, a Neurociência, e desta forma, foi-se verificando que há diversos fatores que trabalham em prol do sucesso ou fracasso de pessoas e de organizações, e então chegou-se ao Quociente Emocional (QE), tornando-o indispensável no processo de busca de resultados bem-sucedidos.

Seguindo este conceito, fica fácil entender a importância da inteligência emocional, em uma empresa, já que o equilíbrio e a harmonia no ambiente de trabalho tem um impacto direto na produtividade de cada pessoa envolvida. Goleman ainda evidencia um detalhe, pois distingue, em proporção, esses dois tipos de inteligência. Para ele, o QI (Quociente Intelectual) contribui com cerca de 20% dos fatores para ter sucesso na vida, enquanto o QE fica com 80%. Por exemplo: o QI relaciona-se à habilidade de planejar estratégias, enquanto o QE se vincula à capacidade de colocá-las em prática, lidando bem com as próprias emoções. Em resumo: se há desejo e empenho em chegar ao topo, ou mesmo se só buscar manter o emprego, se faz necessário investir na inteligência emocional!

Atualmente já existe o hábito, das empresas, de buscar as competências emocionais enquanto se faz o processo de contratação, desenvolvimento e capacitação dos colaboradores e em promoções, investigando e analisando as aptidões sociais e emocionais, utilizando técnicas e instrumentos que avaliam o Quociente Emocional, determinando o potencial do QE para alavancar as capacidades laborativas e profissionais.

Os critérios defendidos como habilidades que compõem a Inteligência Emocional, felizmente podem ser desenvolvidos em qualquer idade e existem recursos que podem auxiliar nisso, lembrando que as empresas enfrentam um alto custo nas suas iniciativas, gerando um fracasso de 70%, por problemas com pessoas, ou seja a falta de inteligência emocional. Chefes orgulhosos e mal-humorados juntamente com colaboradores oprimidos e sem reconhecimento, trazem uma produtividade desastrosa em uma empresa, causando financeiramente, um forte impacto negativo.

Proporcionar aos colaboradores o autoconhecimento, promovendo aprendizado no receber feedbacks não favoráveis, identificando o que motiva cada um e desenvolver competências individuais, melhorando a comunicação entre as pessoas e gerando empatia, estes são os primeiros passos para tornar uma empresa muito mais produtiva. Através do treinamento comportamental, que deve ser baseado nas competências e tendências de cada um, ajudando na melhoria das atitudes, trabalhando as habilidades e superando limitações que impedem o crescimento pessoal e profissional. Certamente as pessoas que desenvolvem a inteligência emocional demonstram ser diferentes e fazem a diferença. Manifestam mais tranquilidade, mais compreensão e receptividade, apresentam-se mais humanas e criativas e certamente mais saudáveis e felizes.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional – A Teoria Revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Objetiva, 1997


Elenise Roldan Melgarejo é Psicóloga e Advogada. Mestre em Psicologia pela UNESP; Neuropsicóloga; Pós graduada em Direito de Família e Direito Militar; Terapeuta de Casais; Especialista em Violência Doméstica. Psicóloga do Centro Especializado de Atendimento à Mulher do Estado do MS, atendendo mulheres vítimas de Violência Doméstica.